domingo, 23 de junho de 2013

DEFICIENTE SIM, AUSENTE NÃO!

Um dia, acordei pela manhã cansada da mesmice dos dias em que enfrento uma licença médica de sete meses. Tenho sequela de poliomielite, vulgarmente conhecida como Paralisia infantil. Devido a dores nos quadris, potencializada pela síndrome pós-pólio, tenho permanecido 98% do tempo em uma cadeira de rodas.
Então aproveitei uma viagem de competição em São Paulo, para dar um pulo ao Rio de Janeiro, para participar das comemorações do casamento de um amigo do meu esposo e rever familiares e amigos no Rio de Janeiro.
Sinceramente, o Rio de Janeiro é a cidade Brasileira mais bela, alegre e calorosa que eu já tive o prazer de estar. As pessoas são alegres, amigas e cardeais o tempo todo. Não importa se você é branco, negro, pobre ou rico. É da cultura deles serem felizes!
Mas me deparei com uma situação realmente ultrajante a cidade maravilhosa: Acessibilidade zero! 

Em todas as casas que eu estive nenhuma tinha rampas de acesso ao invés de degraus; Nenhuma loja fora dos shoppings tinha rampas ao invés de degraus, nenhum salão de beleza tinha rampas ao invés de degraus... Pizzaria e restaurantes nem se fala. Sem falar nas vezes que tive que entrar em prédios somente pela garagem e andar pelo asfalto disputando lugar com os carros.
Então vamos à praia? Outra tarefa bem difícil: Atravessar a areia para chegar perto do mar. Sou nadadora, mas nadar na praia sem que alguém me carregue, é algo literalmente impossível!
Visitas às igrejas tradicionais não dá! Todas com muitos degraus. Parece que quanto mais você sobe degraus, mais fé você alcança.
Duas questões bem simples: Portador de deficiência não quer ser carregado, Portador de deficiência quer a liberdade e direito de ir e vir com sua cadeira de rodas ou muletas pra qualquer lugar.
Portador de deficiência não quer olhares de pena e compaixão, que apenas o respeito e compreensão das pessoas.
Qual a diferença monetária de se construir degraus ao invés de rampas? É tão simples! É só substituir o mais difícil pelo mais fácil. Pense na facilidade para você mesmo e para as pessoas a sua volta.
E o acesso a praia? É difícil a prefeitura das cidades estenderem alguns metros de lona em alguns trechos da praia para facilitar o acesso de pessoas com limitações?
A acessibilidade não abrange só o deficiente físico, e também o idoso, ao carrinho de bebe, ao carrinho de compras, etc.
É preciso abrir os olhos para soluções simples e que fazem toda a diferença para tantas pessoas.

ADRIANA AZEVEDO