sexta-feira, 28 de dezembro de 2012


O sonho não acabou...É essa frase do John Lennon que escolho como titulo para contar um pouco da minha história. Essa frase traduz um pouco da minha luta e daqueles que me amam e cuidaram de mim durante minha infância.
Nasci na noite de 06 de abril de 1978, através de parto natural no hospital São Lucas em Natal. Nasci saudável sem nenhum “defeitinho” em meu corpo. A mamãe fala que nasci com olhos abertos tentando assimilar tudo a minha volta.

Meus pais tinham um bom nível social e cultural. Tomei vacinas e dei os primeiros passos aos nove meses de idade. Aos dez meses de idade já conseguia dar pequenas “corridinhas” pela casa. Foram os únicos momentos dos quais tive a liberdade de andar e correr sozinha com minhas próprias pernas. Pena que não me lembro dessa sensação, pois eu era muito pequena. Apenas um toquinho de gente com perninhas grossas que se achava muita coisa porque já sabia andar sozinha e correr quando alguém ameaçava pegar no colo.

Aos 11 meses tive uma febre muito alta e me queixava de dores por todo corpo. Meus pais me levaram a um profissional da área da saúde e este constatou que a minha garganta estava muito inflamada e então aplicou em minha nádega direita uma injeção com uma medicação para combater a inflamação e a febre.
necessidadeA partir daí eu não sentava, não andava e nem fazia as s fisiológicas por vontade própria.
Minha mãe juntamente com toda família ficou em pânico. Então ela me levou a um médico ortopedista bem conceituado em natal que através de alguns exames, diagnosticou que eu havia sido infectada pelo vírus da pólio-mielite.
Ele então explicou a minha mãe que esse vírus deixa seqüelas. No meu caso houve um agravante que fora a injeção que tomei na nádega direita. Iria ficar paralitica por toda vida, mas que poderia obter progressos caso tivesse o tratamento correto.
Então minha mãe começou uma peregrinação comigo no colo entre a ABBR, no Rio de Janeiro, e o ITORN em Natal. Fui submetida à primeira cirurgia aos dois anos de idade. Nessa mesma idade comecei a nadar.
Foi a maneira mais rápida de recuperar toda a independência dos movimentos do meu corpo. Não me lembro de ter sofrido problemas de auto-estima e relacionamento com outras crianças.
Então aos seis anos, minha tia Arlete que morava em Brasília, propôs aos meus pais me levar para casa dela e assim eu ser tratada no hospital Sarah kubstheck. Morei longe dos meus pais e irmãos em busca de alguma evolução em minha locomoção já que eu usava aparelhos fabricados com ferro e couro que iam das minhas pernas até os quadris. Era muito pesado! Se por acaso eu caísse eu não conseguiria levantar sozinha.
Os médicos do Sarah ficaram impressionados com tamanhas seqüelas que existiam em minhas pernas. Não entendiam como eu conseguia ficar de pé.
Então foi feita a cirurgia. Foram cerca de oito horas. Saí com as duas pernas engessadas. As duas primeiras noites do pós-operatório foram muito difíceis. Eu sentia muitas dores e apesar de toda medicação elas eram inevitáveis. Eu não poderia ter acompanhante então ficava a noite inteirinha acordada segurando as laterais do colchão com força, até machucar as pontas dos meus dedos e assim esquecer um pouco a terrível dor que sentia nas pernas. Depois de recuperada da cirurgia Passei a usar um aparelho mais leve e que não iam até os quadris. Tinha mais facilidade para andar. Estava tudo ótimo pra mim! Inadmissível pra mim era ficar em uma cadeira de rodas como alguns médicos previam. Não suportava a idéia de ter que olhar pra cima pra falar com as pessoas. Por isso me sinto mal em falar com um portador de deficiência que sequer usam cadeira de rodas e “se arrastam” pelo chão. Sinto-me mal em ter que olhar pra baixo e fico mais aflita ainda em ele ter que olhar pra cima pra me olhar, estando ele na mesma condição física que eu.

Hoje tenho 32 anos e não sou dormente como a maioria das pessoas pensam. Sinto exatamente tudo. Sou sensível a qualquer toque. Fui casada durante quase oito anos. Desse casamento restou minha filha que hoje tem nove anos. Tive uma gestação tranqüila e feliz e minha filha nasceu perfeita. Ela se chama nickolle. Larguei meu primeiro marido por ele ser um ciumento acomodado e imbecil que não suportava a idéia de que eu fizesse sucesso.

Voltei a nadar em 2007 e participei dos jogos para-panamericanos no Rio de Janeiro e lá conheci meu segundo marido, pelo qual sou totalmente apaixonada e sei que ele também é por mim (do contrário eu não seria por ele).

Desde criança jamais esperei que as pessoas fizessem algo por mim. Eu sempre o fazia. Se me falassem que subir em cima da casa, me faria correr o risco de cair e me machucar, eu subia sozinha. No próximo obstáculo eu pensava: “ah! Se consegui subir na casa da outra vez, porque não vou conseguir fazer isso!”.

Eu me aceito e não tenho complexos em relação a minha deficiência. Me viro bem, mas se eu precisar da ajuda de alguém peço sem nenhum constrangimento. Por isso que sou tão bem aceita pela maioria das pessoas

Acho-me linda e não abro mão da minha sensualidade e individualidade.

Nunca sentei para ficar lamentando a vida e sinceramente não gosto de estar perto de pessoas assim.
Diante dessa curta experiência de vida, sei de muito pouco, mas uma coisa posso afirmar com certeza: todos nós somos portadores de uma força interior única independente de qualquer limitação. Pedras sempre irão existir em qualquer estrada para que sejam removidas por nós mesmos.
Existe uma frase que falo sempre diante de uma dificuldade: "o que para uns é o limite, para mim é apenas o começo".

A DOR DE UMA SAUDADE

No inicio de 2013, mais precisamente no dia 02 de Janeiro, completará um ano que meu pai, Aldair de Azevedo, partiu...
Meu pai se entregou ao vicio e não quis mais lutar. Se achava "velho" na casa dos 60. Resolveu se esconder dos que o amava para continuar jogando, bebendo e fumando. Se escondia também por vergonha porque já havia perdido todo o patrimonio em jogatinas e bebidas.
Ele não era desses pais que conversava com os filhos, e nem tão pouco dava os melhores exemplos. Ao contrário, era mulherengo, inconsequente e leviano com os sentimentos das pessoas; mas tinha uma qualidade que para mim sempre foi louvável: Era prestativo... tinha também bom humor até quando não queria e quando não devia.
Seu Dadá! Que saudade... Saudade de sentar no seu colo, de te abraçar quando vc entrava pela porta da sala e ouvir vc dizendo "Sai meu 'fio' tô suado"... Daqueles momentos nossos bebendo cerveja e conversando sobre carros e sobre politica. Lembra quando veraniavamos na praia da Redinha e vc comprou uma Scania? Eu acordei cedo naquele dia para tomar banho de mar, eram 06 da manhã. Ao sair no portão de casa, fiquei encantada com aquele gigante na nossa porta. Daí vc levantou e falou "Namorando a carreta meu 'fio'? " então vc pegou as chaves e foi dar uma volta pela orla comigo sentada no banco do carona. Nunca mais vou esquecer desse dia... Das suas risadas, daquele seu jeitão de vozão brincalhão, deitando no chão com todos os seus netos e fazendo todas as vontades deles. Lamento demais por vc não ser mais aquele avô quando Carlos Henrique nasceu. Vc já estava triste, sem graça, não queria mais falar com a gente.
Momentos foram eternizados. Voce trouxe muitos momentos felizes a muitas pessoas, com sua hospitalidade e franqueza.
Acredito papai, na reparação dos erros e na existencia eterna do espirito. Acredito que o amor faz curar e regenerar, por isso todos os dias da minha existencia vou lhe enviar pensamentos de amor e gratidão.
Tenho certeza que iremos nos reencontrar e mais uma vez vou correndo te abaraçar e dessa vez vc nao vai mais poder me dizer que está suado, rsrsrs..
Com amor... Sua filha "Didi".

A PERFEIÇÃO IMPERFEITA

Pessoas lutam todos os dias para terem um diferencial, serem diferentes da maioria das pessoas...
Infelizmente quando se deparam com a “diferença” física ou até mesmo comportamental de alguns, aí a história muda! Porque dizemos tanto aos quatro ventos, que somos pessoas justas, atuais e dinâmicas se torcemos o nariz para algumas situações que sequer nos pertence. Além de preconceituosos deixamos de ser solidários com um amigo ou com o próximo?!
A felicidade não se mede por beleza, riqueza material ou “sanidade”... Quando nos unimos á uma pessoa nos unimos por sintonia, afinidade! Toda forma de amor é válida desde que não se agrida quem se ama!
Um par de pernas perfeitas, a cor da pele não vão te fazer feliz por muito tempo se vc não enxergar a verdadeira beleza que importa:aquela beleza que está dentro de nós. Que nos faz ser uma pessoa verdadeiramente LINDA!
Que se danem as pernas, os braços, a cor da pele e tudo mais que for capa. Quero o conteúdo e abundancia de inteligencia...
Sou diferente de todos porque sou imperfeita! Não sou o que as pessoas esperavam que eu fosse: SURPREENDI!
Deus me marcou pra não me perder de vista. Estou aqui pra fazer com que me amem loucamente ou para não me suportarem por eu conseguir o que muitos tentam e jamais conseguem apesar de seus corpos perfeitos... Agradam os olhares de todos e ás vezes não conseguem agradar a si mesmo e nem a quem eles dizem amar.
Nos perdoem aqueles e aquelas que apesar de tantos “trunfos” não conseguiram vencer. Nos perdoem se são infelizes, mal-amados...
Sobre isso tenho até uma dica bem satisfatória para muitos: Ame-se primeiro que assim será amado!
Aceite as imperfeições perfeitas que a vida nos oferece. É através dela que evoluímos, a cada minuto, a cada dia...



ADRIANA AZEVEDO

AQUELA...

Estou na fase de ser mais eu!

Aquela fase que você chuta o balde e diz que se dane! Quero me embelezar mais que antes, quero andar pelada pela casa com meu corpo queimado de sol. Quero fazer amor na chuva. Quero ir pro treino de natação vestindo um biquíni pequeno e levar uma tremenda cantada de pedreiro...Quero soltar meus cabelos ao vento e assumir aquela Adriana de algum tempo atrás.

Aquela de quando era solteira. A sereia... Que dava boas gargalhadas enquanto bebia vinho á noite na beira da praia e contagiava todo mundo com aquela alegria.Aquela que fazia os homens desviarem o olhar em sua direção.

Aquela que conseguia subir na árvore e comer a fruta sem tirar do galho. Que sentava no chão da cozinha de frente para a geladeira aberta vestindo apenas uma calcinha e um sutiã, enquanto comia gelatina.


Quero sabotar os pensamentos alheios: “Oieeee, não sou o que você está pensando, posso te surpreender mais ainda sabia?!”O convencional me cansou, quero o original e o sensual...Já experimentou chupar uma manga se lambuzando toda? Ela fica muito mais saborosa e você aproveita tudo dela. 
É assim que acontece com a vida. Se lambuze! 
Seja sensual e mexa com o imaginário dos outros. Quando você surpreende alguém você acaba se surpreendendo consigo. E isso te faz se apaixonar cada vez mais por você.  

ADRIANA AZEVEDO


SENTIMENTOS...

De vez em quando me surpreendo.
Me surpreendo muitas vezes até mesmo com meus pensamentos. Mas na maioria das vezes me choco com algumas questões intrigantes. Intrigantes para a maioria das pessoas e até bem pouco tempo, intrigantes para mim também.A inveja é um pecado capital. Um sentimento desprezível para grande parte das pessoas, mas, descobri uma coisa: As pessoas que sentem inveja de alguém, na verdade elas a adimiram. Adimiram com tanta intensidade, ao ponto de desejarem ser como aquela pessoa é, ao ponto de querer ter o que aquela pessoa tem...Ops! Porque será? Será que é porque aquela pessoa é tão fantástica (rsrsr!), ou porque essas pessoas que invejam com tanta intensidade, são tão miseráveis que não conseguem enxergar nelas mesmas qualidades. Não conseguem ver beleza nelas mesmas... Não se amam, e por não se amarem, não conseguem ser amadas. Ou quando amam são tão egoístas, que não conseguem ouvir ou respeitar o espaço do outro. Acaba ficando sozinha, rodeada de falsos amigos e de pessoas que se aproximam para uma satisfação imediata e fim de papo...Por isso invejam outras pessoas. Por não conseguirem perceber e aproveitar o melhor que tem nelas. E assim atrair pessoas interassentes para junto delas.
Não invejem ninguém, apenas admirem. Admirem respeitando. Olhe pra dentro de vc e busque coisas bonitas.
Se por um acaso não conseguir encontrar, sabemos que as pessoas elas não mudam, e sim evoluem ou regridem... Por tanto está aí a solução: TRANSFORME-SE!
Quando nos olhamos todos os dias no espelho, estamos vendo apenas uma imagem refletida. A partir do momento que vc conseguir enxergar qualidades em vc, essa imagem do espelho vai melhorar muito, vc vai ver! Tente melhorar á cada dia, sem descanso. Faça de sua auto-análise um exercício diário. Quando vc menos esperar, vc estará tão entusiasmada consigo, que tudo de melhor estará perto de voce...Adimire-se sem menosprezar aqueles que te rodeiam, se não, vc vai acabar provacando inveja ou desprezo nas pessoas e isso não é legal, não é bonito e nem tão pouco saudável.
 Faça as pessoas felizes, não importa quem seja, ou aonde vc esteja. Concientize-se de que a felicidade é como um perfume, que ao passar em alguém, a deliciosa fragancia acaba ficando um pouco em suas mãos...